Olá,
A primeira questão é qual das espécie de "azulitos" estamos a falar?
Uraenginthus cyanocephala ("peito celeste" cabeça azul) ou
U.angolensis ("peito celeste" ou azulito de angola)? É que isto de nomes comuns tem que se lhe diga e não são espécies iguais.
Qualquer uma delas não é espécie para iniciantes com africanos. Mas, com dedicação, condições e paciência...
este ano adquiri um casal de granatinas o que não deve ser muito diferente da criação dos azulitos ou faces carmesim penso eu.
Luis, são bastante diferentes em comportamento, acredita!
Tanto para com o criador como entre eles. Muito mais tranquilos e sociáveis com o criador e adaptação ao maneio mas mais agressivos entre eles no caso dos granatinas, especialmente em relaçao a
U.angolensis bastante mais reservados e tímidos, no caso de U.cyanocephala eventualmente sim, comportamentos mais próximos.
A criação com amas já foi discutida várias vezes, não vou voltar a isso. Provavelmente se fores por ai vais ter de aprender "a dobrar" e terás mais sucesso com os cyanocephala, muito provavelmente. O espaço certamente ajuda mas podem estar em gaiola desde que com um tamanho decente. Temperatura, sobretudo com F0 é essencial ainda mais se tentares directo. Criar no inverno é o "normal" mas nunca percebi essa ideia. Felizmente já tens cada vez mais criadores a olhar para estas espécies de outra forma.
A chave é em grande parte a alimentação e, acima de tudo, perceberes como varia a alimentação de africanos ao longo do ano. Precisas de criar pelo menos 2 fases distintas. Esta parte é complicada porque não é nada fácil fazer com que comam outros alimentos além de sementes e quanto menor porte mais "grave" se torna. Dai que
U.cyanocephala e mesmo granatinas sejam mais fáceis (na minha opinião) que angolensis, por exemplo.
Não concordo de todo com o Luis sobre a adição de alpista e perilha na mistura e acho isso um dos principais erros na alimentação de africanos quando se vai atrás da alimentação "tipo" dos australianos e afins. Sobretudo com as sementes mais energéticas como a perilha, semilha, linhaça que sem dúvida até podem comer bem mas nos limitam imenso o intervalo de variação na dieta ao longo do ano. As misturas para africanos (estrildideos) têm por base painços e relvas. A variação essencial é feita na dieta com sementes secas/verdes e não tanto na composição da mistura base.
Papas por regra pouco comem, a melhor hipótese é usares algo mais "caseiro" apesar de poderes ter como base disso uma papa comercial de qualidade obviamente. Witte Mollen não me parece minimamente a melhor escolha, ou sequer uma opção para esse feito pelo nível de energia.
Espigas, tanto secas (e não são todas iguais...) como verdes são essenciais e não uma guloseima ocasional para estarem entretidos. Para estas espécies são parte da dieta diária.
Alimento vivo, sem dúvida alguma, com a particularidade de teres de aprender a controlar quantidades caso contrário tem o efeito inverso e se forem sobrestimulados tens dificuldade em controlar os ciclos. Mas o alimento vivo que podes dar a
U.angolensis deveria ser sobretudo mais pequeno e mole (sobretudo com crias), enquanto granatinas e mesmo
U.cyanocephala,
Pytilia spp,
Amadina spp. se aguentam apenas com larvas mais "típicas" de bufalo e tenebrio.
Sobre o criarem melhor em viveiros, isso é uma recomendação tipica para este tipo de africanos, já em colónias não tenho essa informação. Mas podes usar gaiolas sem problemas, não estamos é certamente a falar de gaiolas de 50cm daquelas para canários, deves ter atenção ao fundo, à ocupação do espaço interior, formação de zonas distintas, distribuição dos comedouros, etc, etc...
Agora nestas coisas não há apenas uma forma de o fazer, existem mutas formas possíveis que servem para "criar". A forma/atitude como isso se faz é que pode variar. Desde que tentes perceber o que estás a fazer e como/porquê de o fazeres é um processo de experiência e aprendizagem.
Já agora só mais uma questão, informa-te muito bem sobre a espécie que pretendes e as suas caracteristicas. No género
Uraenginthus tens espécies muito próximas que, por desconhecimento ou desinteresse, podem ser (e são) confundidas e há por ai algumas misturas, e mais do que se pensa.
Cumps.