Boas,
Vários assuntos a comentar.
Eu não estava a por em causa o que disse
E mesmo que estivesses não tem problema nenhum! Opiniões são todas válidas.
Está relacionado com o que o Luis respondeu, é uma forma de "multiplicar" aves de melhor valor genético, perceber essas aves e linha um pouco melhor antes de as meter na nossa linha. Perde-se um ano na melhoria (embora se criem logo algumas aves boas à partida) mas também se consegue multiplicar a genetica que queremos incluir, o que aumenta os resultados da fase de introdução.
Claro que isto faz sentido para algumas dezenas de casais, para meia dúzia não!
Mutações e puros
Isto dava panos para mangas porque existem mutações que são "fortes" por si e até se aguentam bem sem apoio de linhas normais (ocorre-me o peito negro no mandarim - resposta muito positiva em forma e tamanho - e o peito branco - resposta muito negativa em desenho quanto cruzados com normais mas péssima em tamanho sem estes)
Aqui o problema é o espaço e a tentação de ter uma grande variedade de mutações. É que para trabalhar 3-4 é preciso muito espaço para trabalhar 10 e combinações, nem se fala... Novamente depende da espécie porque por exemplo, nos canários, esta questão é muito menos exigente em espaço do que em exóticos e psitacídeos.
Mas de uma forma geral, manter uma boa linha base (não vou chamar ancestral porque podem não o ser em caso de combinações, por exemplo nos mandarins a base dos castanhos e combinações não é - geralmente - o cinzento)
O ponto está em perceber o que é que cada mutação perde e onde é que podemos melhorar isso. E como o Pedro disse, manter uma linha de normais "mediocres" na maioria das vezes não serve para nada!
todos os que se querem iniciar numa espécie o devem fazer começando sempre por aves
Uma expressão que gosto de usar "nim". (sim e não)
Começar por ancestrais pode ser um tiro no pé porque, em competição, o nivel tende a ser MUITO superior. Ter uma ave ancestral excelente nas especies em que existem mutações, a alto nivel de exposição, é extremamente dificil. Esta é a parte não do nim. Por cá acontece o oposto e aparecem melhores aves de mutação XPTO do que normais. isto porque a tendencia comercial é ir atras da ultima moda e apostar nas mutações.
Mas por outro lado, é sempre melhor começar por peceber como varia apenas um factor do que 5 mutações aos mesmo tempo e nisso, os ancestrais são a melhor escolha! Para aprender a criar, começa-se por normais, depois de perceber os normais, começa-se por melhorar os normais e depois algumas mutações básicas. E só depois de perceber essas é que se começam as misturas. Isto novamente falando no geral e excluindo canários porque a genética destes é abordada de forma muito diferente.
Conheço alguém que começou com pintassilgos, tudo mutações. Passados 2 anos desistiu. Fazia muito mais sentido aprender com normais (mais baratos, resistentes e produtivos) e depois saltar para as mutações.
Voltando aos 3 casais, para quem trabalha mutações 3 casais podem ser totalmente inúteis se não houver um conhecimento muito especifico do genotipo dessas aves (não em qualidade, mas em genetica)
Luis,
Sim, sim, já tive essa experiência algumas vezes, aves de topo muitas vezes são más reprodutoras, com os problemas inerentes a essa ave estar no topo das possibildades fenotipicas e genotipicas de uma ave, não facilitando em nada na reprodução.
A minha ideia não era bem nesse sentido. Sim, algumas criam mal. Mas existe outro problema. Em algumas variedades, as aves que ganham prémios em exposição não são geneticamente interessantes para criar. Dois exemplos. Um collie verde excelente é em principio excelente em termos genéticos para criar. Mas se for portador de lutino ou canela, ou outra coisa qualquer já é menos interessante porque nada te garante que crie bons verdes e bons lutinos. mto provavelmente não o fará.
O exemplo que mais conheço é o mandarim dorso claro em que os machos de exposição são portadores de diluido, logo se pegares num macho desses e meteres com uma fêmea dorso claro não tiras obrigatoriamente machos iguais )por isso são penalizados em cor) e as femeas que tiras as diluidas não interessam (saiem do standard) e as dorso claro perdem geralmente coloração na cabeça. Ou seja, são aves criadas para ganhar prémios, ponto final. Atenção que isto não é regra e não quer dizer que não se possa criar com eles. Simplesmente não são o melhor casal porque um dorso claro puro que não é indicado para exposição, com a femea diluida certa dá-te bons machos de exposição e boas femeas!
(se bem que na altura já não podia ver as ervilhas do Mendel)
um reparo porque o Mendel percebia de ervilhas e descobriu coisas muito importantes dos principios basicos e que nos são muito úteis, mas a genética actual está muito à frente...
Em suma, é uma pratica útil quando usada com moderação? é!!! Mas eu sou livre de querer usar ou não...
Claro! Nem eu estou a dizer para usares. Só referi que é realmente um pau de dois bicos e que os criadores que queiram expor e melhorar as aves t~em de perceber o que pode trazer de bom e de mau. Se depois a usam ou não, enfim isso é outra coisa. Apenas realcei que é, de uma forma geral, mais fácil desfazer os efeitos da cosanguinidade do que criar problemas desde que se tenha bom senso.
Concordo Ricardo com a extrema e vital importância da selecção/capacidade reprodutiva num plantel, pois sem ela dificilmente se obteram bons resultados, mas mais numa segunda fase tendo em conta a formação de um plantel em faze inicial, pois como disse, nessa fase com aves adquiridas, não sabemos nem o verdairo potencial das aves quer a nivel reprodutivo quer a nivel qualitativo, e ai numa primeira faze é o tal aproveitar o que dá, depois sim a selecção no meu vêr e se for possivel e houver "materia prima" poderá e deverá andar passo a passo, a selecção simultânea nos dois campos qualidade das aves/qualidade reprodutiva, e ai os resultados serão mais homogeneos e equlibrados e com mais viabilidade no futuro.
Pois é Luis, mas o problema é que escolher se uma ave é mais amarela ou menos, tem mais máscara ou menos é muito mais fácil do que seleccionar factores produtivos que se baseiam em resgistos e dados (números e contas se assim quiserem).
Por isso torna-se num processo um bocado empirico e que tem mais a ver com o cirador estar satisfeito do que com selecção em si. Para alguns criadores posturas de 3 são normais e boas, para outros menos de 5 já foge ao normal e isto depende não da qualidade das aves mas da produtividde do plantel. Existem algumas razões para baixar a produtividade, tamanho, plumagens buffs, alterações de forma, etc... Mas no geral para a maioria das varidades normais (canários de porte à parte) não existe razão para aves de boa qualidade criarem mal. O problema é que quando se estica no sentido daquilo que se vê (cor, tamanho, desenho, forma, etc...) e nos esquecemos durante várias gerações do resto, recuperar isso é complicado!
Se formos ao contrario partir de uma linha que cria bem e melhorar tamanho, cor etc, o progesso é mais rápido porque tens logo mais crias de onde escolher.
cumprimentos