segunda, 05/set/2016, 12:59
Os pintos "industriais" que se vendem nas feiras, tem origem em poedeiras de aviário. São aves de criação intensiva. Nestes casos, as rações fornecidas aos aviários têm uma série de fármacos, nomeadamente antibióticos, que actuam preventivamente contra doenças que, sem estes cuidados, aparecem garantidamente na produção intensiva, com os inerentes e incomportáveis prejuízos. Estes produtos tem concentrações previstas na lei.
Nas rações vendidas a saco, para o público geral, não é permitida a adição desses fármacos.
Os ovos provenientes dessas galinhas trazem, naturalmente, essas doenças "incubadas", bem como os fármacos que as neutralizam. Os pintos resultantes desses ovos tem dois destinos. O primeiro são os aviários de produção de frangos - que usam rações industriais, que trazem na sua composição os já referidos fármacos. O segundo é a venda a retalho, nas feiras e romarias, por este país fora.
Os pintos "de feira", para além de não terem, normalmente, condições ideais de higiene, temperatura e humidade, passam a ser alimentados com rações sem os tais fármacos. Estão lá as doenças, as condições para elas se espalharem, e faltam os "neutralizadores". Aconselharam-me misturar na farinha dos pintos leite em pó para borregos. Pois, este tem, na sua composição, os tais antibióticos... E estou a ter excesso de custo para comer frango igual ao de "aviário"...
Solução: comprar "pintos caseiros". Ou produzir os próprios pintos, com chocadeira natural ou artificial. Todos esses problemas desaparecem - desde que não se metam animais doentes, provenientes do exterior, na capoeira.
Faço 30 a 40 bicos por ano, com duplo objectivo de carne e ovos. Produzo os meus pintos: sai-me mais barato e deixei de ter problemas de doenças. Tenho cuidado em ir renovando as galinhas, normalmente por troca com outros produtores caseiros, para prevenir os efeitos da consanguinidade ao longo do tempo.