por Criadouro Guadiana » domingo, 12/mai/2013, 12:22
ola pessoal,
vim ressuscitar este tópico já que pretendo vir a escrever um artigo em meu site sobre uso de amas, e acho que é bom tema de debate, e que infelizmente se perdeu.
como o que estampos aqui dando são opiniões, todas válidas em minha opinião, já que a avicultura não é uma ciencia exata, e existem inumeras formas de observa-la e pratica-la, todas com resultados expressivos, vou dar a minha, relatando minha experiencia com amas:
todos sabemos que, à exceção de sermos especialmente abastados, manter um criadouro com um bom número de aves sai caro, e tem que se pagar, e nada melhor que ganharmos com aquilo de que gostamos.
já vai longe o tempo das importações e dos pequenos estrildídeos a 10 euros, hoje em dia, quem quer investir neles, vai desembolsar, e precisa vender aves, para pagar as novas aves.
discordo totalmente que diamantes de gould, bavettes, sparrows ou papagaio (bicolor), por exemplo, sejam maus criadores, aliás, pelo contrário, são ótimos pais, tirando o starfinsh, nunca tive problema com qualquer diamante australiano.
Perdi ovos sim, que não foram chocados, e uma ou outra cria que nao foi alimentada, mas isso acontece, até com mandarins, nós só não dramatizamos o fato com estes últimos porque são baratos.
Verdade seja dita, tirando o Bengalim do Japão (Manon), todas as aves estão sujeitas a ignorar a primeira postura, ou até a não alimentar criar.
O bengalim surge como uma hipotese confiavel, que cria facilmente até 6 crias de pequenos exóticos, e que pega no choco fácil, mesmo sem estar chocando anteriormente à adição de ovos de outras espécies. Eu simplesmente colocava o casal na gaiola, e passado uns dias colocava os ovos lá, e sem nenhuma rejeição.
Essa garantia de choco, faz com que não percamos dinheiro em potenciais crias, tenhamos um plantel melhor, e maior.
E cito o maior por simples fato, visto que não chocarão, botarão mais ovos, e facilmente consigo tirar, recorrendo a amas, 20 crias de um casal do qual não tiraria mais que umas 12, caso deixasse eles reproduzirem normalmente.
Se também é fato que um casal de bengalim come o mesmo que um de gould, também é fato que a diferença de preços para adquirir ambos é imensa (principalmente aqui na america do sul), e que onde coloco um casal de diamantes, eu coloco 2 casais de bengalins em epoca reprodutiva.
O que aumenta, pela porporção de 2 casais de ama para cada casal de exoticos (que é o esquema que uso), é o alimento (que as crias a mais pagam com folga) e o manejo, que já está implicito quando desejamos expandir nosso criadouro para terrenos mais profissionais.
Então, aposto nas amas para evitar perder ninhadas de aves inexperientes e para aumentar o numero de aves nascidas.
Talvez caiba perguntar se dessa forma alguma vez elas ganharão experiencia, mesmo sem cometerem os erros da primeira postura, bom, minha experiencia indica que sim, e que portanto não é algo a preocupar.
Quanto ao porte, bom, eu já vi goulds com claro comportamento de bengalim, e pintassilgos com claro comportamento de canário, foram os 2 casos que constatei de transmissao de comportamentos das amas às crias adotivas, mas são casos pontuais, e nenhum de meus exoticos criados com amas diferiu (tirando os alguns citados) do comportamento de seus pais (muitas vezes oriundos de importação).
E porque não falar dela também, a famosa importação, e quem lidava com aves importadas (que todos sabemos de onde vinham), sabe tmbém muito bem que esperar que elas chocassem era dúbio, e que amas eram aconselháveis.
Sobra a questão da alimentação, e enfim, a diferença entre a alimentação de um gould e de um bengalim é mínima, para que o alimento fornecido às crias adotivas possa ser incorreto, e inclusive já criei faces laranja, amarantes e similares com amas, que foram alimentados exclusivamente com papa de ovo (uns 20% de proteina animal) e sementes, e se criaram belos e fortes, apesar de que seriam alimentados quase exclusivamente com insetos se fossem criados pelos pais, nos primeiros dias.
Um pintassilgo, já seria melhor colocado embaixo de canária, embora num momento de falta de amas, eu já tenha colocado uma cria de pintassilgo debaixo dos bengalins, e foi criada sem problemas, nem fraquezas aparentes, embora bengalins, mesmo a alimentação dos pintassilgos sendo drasticamente diferente, inclusive da dos canários.
Amas para aves insetívoras já seria uma tarefa mais complicada, e nunca tentei, mas talvez pequenos estrildídeos que alimentem suas crias exclusivamente com insetos pudessem criar crias de aves insetívoras, servindo como amas.
Já psitacídeos eu já usei e abusei de amas, principalmente piriquitos ingleses e calopsitas (caturras), para a incubação de neophemas, red rumpeds, e similares, e de ring necks para alguns conures e grandes piriquitos.
Agapornis mais comuns e catarinas podem ser usados como amas para agapornis mais raros, como o Taranta, Cana e Pullaria, para aumentar a produção destes e não porque estes sejam maus pais. mas no caso dos agapornis amas, deixe-os sozinhos em gaiola, já que o grupo (caso fosse colonia), facilmente rejeitaria (e mataria), crias tão visivelmente distintas do bando.
Resumindo, sou favoravel ao uso de amas, assim como de chocadeiras, para aumento de produção e fiabiliade da criação, sem ter constatado até hoje nenhuma consequencia negativa.
Do mesmo modo, é um desafio deixar os pais chocarem suas proprias crias, principalmente em aves como faisões e perdizes, ou pequenos estrildídeos, e dá para brincar disso de vez em quando, principalmente porque esses casais ficarão mais valorizados comercialmente e avicultoramente falando.
forte abraço