Pedro121
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Re: Relação entre número de crias e tamanho das mesmas

PauloSantos Escreveu: Penso que a fase do choco seja talvez a mais desgastante e que mais debilita a fêmea.
Tive fêmeas que se foram bastante abaixo durante o choco, quase não comiam, quase não saiam do ninho.
Nunca tive grandes problemas na fase da postura e na fase da alimentação a fêmea é muito auxiliada pelo macho, muito especialmente na parte final.

A fase mais desgastante é a postura e o choco, em ambas a fêmea vai gastar muitas reservas e energia, a fase de alimentação não é particularmente desgastante, basta ver quantas vezes é que uma fêmea se vai abaixo/morre durante a postura e no choco ou quando já está a alimentar as crias, e se acontece alguma coisa quando está a alimentar as crias muitas vezes é logo nos primeiros dias, quando ainda está fraca do choco e tem que gastar mais energia nas fazes inicias da alimentação.
Num aparte, em espécies de aves que criam em climas árcticos e em que a estação de reprodução é muito curta o envolvimento da fêmea é muito menor que em espécies semelhantes que criem em climas temperados, em zonas árcticas existem espécies em que só o macho choca, precisamente para dividir o desgaste com a fêmea, e noutras espécies embora seja a fêmea a chocar, o cuidado das crias fica quase todo por conta do macho, a fêmea começa a migração de regresso poucos dias após o nascimento das crias e isto porque a femea precisa de mais tempo para recuperar a energia despendida com a postura.
Pedro Ramalho
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AvilandiaPT
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Re: Relação entre número de crias e tamanho das mesmas

Boas,

Não encontro grandes diferenças de qualidade nas crias de primeira, segunda ou terceira postura. Mas se estamos a falar das posturas mais estáveis em termos de postura, choco, criação, para mim a melhor postura sem dúvida a segunda. Isto porque na primeira alguns casas são novos, menos experientes, não sabem o que fazer ou não arrancam sincronizados, o que é normal, mas baixa os resultados.

Em termos de qualidade das crias, penso que onde podemos ajudar mais (de forma rápida e directa) é no acerto das eclosões para a mesma altura ou o mais próximo possível. O resto como disseram o Pedro e o Cláudio continuo convencido que tem sobretudo a ver com a capacidade dos progenitores.

Outra coisa que não está a ser tida em conta é que mais crias também aumenta a probabilidade de ter crias muito acima da média. É mais provável aparecer uma cria excepcional no meio de 100 do que no meio de 10. Não acredito muito que em boas condições de alohamento e nutrição as "supostas carências" que surjam por haver 6 crias em vez de 3 sejam tão relevantes para que as aves possam expressar o seu potencial genético.

E reforço que cada criador deve tentar conhecer as suas aves. Se com alguns casais podemos "esticar a corda" com outros já é uma sorte tirar 2-3 sem problemas. Isso também é reflexo da selecção (ou falta dela) na parte de capacidade reprodutiva.

Cumprimentos,
Ricardo M.
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PauloSantos
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Re: Relação entre número de crias e tamanho das mesmas

Pedro121 Escreveu:
PauloSantos Escreveu: Penso que a fase do choco seja talvez a mais desgastante e que mais debilita a fêmea.
Tive fêmeas que se foram bastante abaixo durante o choco, quase não comiam, quase não saiam do ninho.
Nunca tive grandes problemas na fase da postura e na fase da alimentação a fêmea é muito auxiliada pelo macho, muito especialmente na parte final.

A fase mais desgastante é a postura e o choco, em ambas a fêmea vai gastar muitas reservas e energia,

Concordo contigo Pedro, no conjunto esta será eventualmente a fase mais desgastante.


E dividi a resposta em 3 partes, porque tive pelo menos 3 femeas que utilizava apenas para postura, já que, no choco eram muito irregulares, e uma delas era muito má a a criar.


Recordo-me que duas dessas fêmeas trouxe-as do Agapito naquela altura em que ele trouxe um lote de POAs, creio que da Bélgica. Eram muito boas em porte, mas muito más a criar. A verdade é que com elas obtive crias fantásticas.

Daí que tenha dividido a minha resposta em três e no individual, achei a fase do choco mais desgastante que as outras duas.

Mas em situação normal, estou completamente de acordo contigo, postura e choco é a fase mais desgastante para a fêmea
Paulo Santos
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Re: Relação entre número de crias e tamanho das mesmas

AvilandiaPT Escreveu: Em termos de qualidade das crias, penso que onde podemos ajudar mais (de forma rápida e directa) é no acerto das eclosões para a mesma altura ou o mais próximo possível. O resto como disseram o Pedro e o Cláudio continuo convencido que tem sobretudo a ver com a capacidade dos progenitores.

Ricardo, sei que nunca criaste POA's, mas da tua experiência, achas que o acerto das eclosões nos POA's é boa politica ?
Paulo Santos
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AvilandiaPT
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Re: Relação entre número de crias e tamanho das mesmas

Olá Paulo,

Não falamos há uns bons tempos. Espero que esteja tudo bem.

Sem experiência em POAs (excepto em tempos com uma colónia de normais que criavam como queriam), sempre tentei acertar crias entre ninhos mais do que mexer nos ovos. Isto porque as espécies que criava não tinham grandes problemas. Por exemplo no viveiro dos agapornis era frequente andar a mudar ovos e crias de ninho para acertar eclosões e tamanhos, mas muito raramente troquei ovos por falsos para acertar eclosões. O que fazia, como havia sempre vários casais com ninho, ovos ou crias em várias fases, era deixar nascer os primeiros 3-4 que não costumam dar problemas e se houvesse mais ovos por nascer mudá-los para um casal ainda a chocar.

Mas num sistema de gaiolas que permita mais organização e controlo não vejo porque traga algum problema acertar o inicio do choco para sincronizar nascimentos. Aliás o pessoal dos canários tem essa mania e muitas vezes com posturas de 2-3 ovos o que não devia dar problemas. Mesmo sabendo que os ingleses são bastante mais exigentes de criar.
Muitos criadores, de várias espécies, estão a optar pela via mais fácil. Ter casais de "normais" que usam para criar aves de exposição. Eu percebo a ideia, mas acho que se arrisca perder a possibilidade de avaliar um facto também importante que deve ser seleccionado e que é a capacidade de criar devidamente as crias. Uma coisa é usar "amas" para repartir ninhadas grandes demais, outra é usar amas para tirar mais aves ou mais depressa, quando a espécie até poderia criar por si.

Abraço,
Ricardo M.
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PauloSantos
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Re: Relação entre número de crias e tamanho das mesmas

AvilandiaPT Escreveu:Olá Paulo,

Não falamos há uns bons tempos. Espero que esteja tudo bem.
Olá Ricardo


Está tudo bem, espero que com vocês também.

Tenho andado meio afastado destas lides, muito por motivos profissionais, mas volta e meia gosto de cá ver matar umas saudades.... é o "bichinho" :wink:



Agradeço desde já a tua resposta e a partilha daquilo que são as tuas experiências, que são sempre uma mais valia para quem te lê

AvilandiaPT Escreveu: Muitos criadores, de várias espécies, estão a optar pela via mais fácil. Ter casais de "normais" que usam para criar aves de exposição. Eu percebo a ideia, mas acho que se arrisca perder a possibilidade de avaliar um facto também importante que deve ser seleccionado e que é a capacidade de criar devidamente as crias. Uma coisa é usar "amas" para repartir ninhadas grandes demais, outra é usar amas para tirar mais aves ou mais depressa, quando a espécie até poderia criar por si.

Estou totalmente de acordo contigo, muito em particular no que acima citei.

Infelizmente, opta-se pela quantidade em detrimento de outras vertentes mais importantes e que deveriam ser tidas em conta.

Tal como existe a preocupação de fixar uma determinada característica prevista no standard, também deveria existir a preocupação de fixar características relacionadas com a reprodução e que cada vez mais vão sendo escassas, muito especialmente em aves de exposição.
Paulo Santos

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