quinta, 30/mai/2013, 02:30
Em primeiro lugar, gostaria de salientar que penso que o decorrer deste tópico é interessante e importante, pois permite uma discussão num âmbito bem mais geral que este caso particular de retirar, ou não, o melro do ninho. Por isto, seria bom que não optassem por partir para a troca de insultos mas sim para a contribuição da discussão e da troca de ideias.
Eu não sou nem perto de um criador, sou somente um amante de aves. Já tive algumas aves no passado mas tive que desistir por motivos profissionais. Atualmente, estou a recomeçar e tenho apenas 1 casal de canários + 1 casal de diamantes de gould + 1 periquito.
Estas aves, como todos sabemos, derivam de imensas gerações de domesticação e, por isso, o alojamento que lhes proporcionamos são o seu "habitat natural". Mas, não podemos ser hipócritas ao ponto de não assumirmos que, apesar de tal mansidão e do prazer ou finalidade com que cada um as tem, em dada altura e em dado lugar, os antepassados destas foram arrancadas da natureza e domesticados ao ponto de se conseguirem reproduzir em cativeiro, certamente, à custa de muitas mortes.
Se o "mundo começasse hoje" e nenhuma ave tivesse sido ainda domesticada, como estaríamos??? Certamente tristes por não podermos criar/ter as aves que hoje temos à disposição, domesticadas, e que já consideramos como parte integrante das nossas vidas. Provavelmente, todas as pessoas que atualmente têm aves domesticadas em casa, veria a possibilidade de captura (para fins de domesticação) com outros olhos.
Relativamente a este assunto, a minha opinião é de que a captura de aves deve ser ilegal com o objetivo de que, não se pode permitir que qualquer um capture as aves que entende, nas quantidades que entende.
Mas como já referi anteriormente, consigo compreender (embora não concorde) uma pessoa que goste de pintassilgos e que capture 3 ou 4 para os ter em casa e que se esforce para lhes dar as melhores condições possiveis e adequadas. Mas, ficaria muito mais satisfeito, se essa pessoa conseguisse comprá-los através de criadores que as conseguiram criar em cativeiro o que, devido à legalização de posse destas aves desde que criadas em cativeiro, daqui a uns anos será possível por preços não exorbitantes como os que são praticados hoje. Aliás, qualquer pessoa que goste realmente de aves preferiria ter uns pintassilgos mansos e domesticados do que capturá-los e ter que os ver a atirarem-se constantemente contra as grades de uma qualquer gaiola.
Se as aves selvagens que habitam o nosso país já se conseguem reproduzir em cativeiro (eventualmente há algumas gerações) e se há custa dessa reprodução, é possível diminuir o número de capturas, principalmente as capturas aos milhares para venda de algumas dezenas ou centenas (tirando as que morrem), então penso que o caminho é por aí, é válido, e como já foi dito anteriormente, também constribuirá para a garantia da continuidade das espécies e para a redução de algumas capturas que são autênticos atentados ambientais.
Voltando ao caso do ninho de melros, caro yeSh, espero sinceramente que o seu roseicolli, daqui a uns tempos não fique com o bico amarelo...