Durante largos anos temos lançado um olhar aprofundado à ornitologia nacional, acompanhados nesta reflexão por um cada vez maior conjunto de criadores, nas suas mais variadas vertentes, e juízes, o que torna possível trazer agora, em partilha, um novo projecto para a ornitologia nacional.
ANÁLISE DA SITUAÇÃO EXISTENTE
Aquando do surgimento, em 2009, da nossa federação mais recente, a FOP(CD) – Federação Ornitológica Portuguesa Cultural e Desportiva, tivemos oportunidade de apresentar um projecto, através de um elemento dessa federação, para ser discutido antes do aparecimento da mesma. A posteriori, em reunião havida num restaurante da capital, foi-nos referido que o projecto nem chegou a ser discutido, por manifesta falta de tempo, i.e., tinha chegado tarde.
Volvidos que estão dois anos sobre a criação desta Federação, o tempo acabou por mostrar que tínhamos razão e que o projecto da FOP foi, e é, a continuação do «status quo», onde somente se verifica a manutenção dos «serviços mínimos», destinados a manter as «hostes» minimamente agradadas, mas onde nada muda, pois ao projecto desta federação:



PERSPECTIVANDO O FUTURO
Volvidos que estão dois anos sobre a criação da nossa Federação mais recente é claramente notória a sua inoperância e subalternização a uma outra entidade.
Por outro lado, estamos também plenamente conscientes de como é difícil trabalhar no campo da ornitologia portuguesa, nas suas variadas cambiantes, onde muitos são rápidos a criticar destrutivamente e lentos a ajudar. Porém, o desistir e o baixar dos braços nunca pode ser a solução.
É preciso apostar na formação, num projecto completamente inovador e desligado do desfile de vaidades, mas apostado na defesa de todos os criadores e juízes, por igual; apostado na dignificação clara e igualitária de todas as secções e classes; apostado na criação de uma verdadeira estrutura profissional no domínio da ornitologia, que aposte nos criadores e numa autêntica política de formação e reciclagem de juízes.
Para tanto precisamos de uma Federação que exista de facto, porque é justo que a cada um dos criadores seja dada a possibilidade de escolher a Federação que pela sua democracia interna; pelos seus estatutos e regulamentos; pela organização de feiras, exposições e concursos, está mais de acordo com aquilo que os criadores defendem ser a ornitologia científica, conservacionista e desportiva.
A verdade é que a fraqueza da nossa ornitologia, nas suas variadas cambiantes, sempre teve origem em situações de monopólio absoluto, ou da sua tentativa, que pretendem determinar e impor uma determinada visão, tantas vezes cristalizada, retrógrada e passadista, da política ornitológica portuguesa. Ora tal situação jamais pode ser aceitável, do ponto de vista democrático, mas legitimada porque passivamente aceite por muitos.
Não estamos de acordo com este estado de coisas e este projecto aparece precisamente para o demonstrar, sendo que o nosso crescimento somente depende dos muitos criadores, clubes e associações que nos darão a força necessária para afirmarmos um princípio são de pluralidade.
Acreditamos que a vontade de todos, na defesa dos justos interesses dos criadores nacionais, nos tornará mais credíveis e um interlocutor privilegiado no diálogo com as instituições do Estado, em particular com a entidade reguladora, mas também junto das instâncias ornitológicas internacionais.
Defendemos convictamente que os criadores devem ter a sua actividade devidamente protegida e enquadrada e, por isso, nos bateremos de forma viva e determinada na defesa dos seus justos interesses, junto do Estado e de outras instituições.
Estamos em condições de organizar feiras, exposições e campeonatos locais, regionais e nacionais; temos um estatuto que encara os criadores como membros da Federação e não, como em outros estatutos, só os presidentes dos clubes/associações. Queremos construir uma forma profissional de se aceder à função de juiz. Temos uma visão particular do que devem ser as actividades (colóquios, cursos de formação, congressos, feiras, exposições e concursos), onde as aves e o seu bem-estar têm de ser a nossa preocupação primeira e última.
Partimos da premissa básica de que é necessário ajudar os criadores a crescer, a compreender, a aprender, por isso faremos uma aposta forte na formação.
Não aceitamos a lógica de confrontação e até mesmo a lógica da guerra entre clubes/associações, mas apenas da colaboração e pretendemos chamar a nós todos os criadores, clubes, associações e juízes que desejem apostar numa mudança efectiva na ornitologia portuguesa, que vá mais além do que concursos, taças e anilhas e que aposte na formação e na dignificação da actividade de criadores e juízes de ornitologia desportiva, com a certeza de que ninguém ficará inibido de participar em nenhuma actividade nacional ou internacional.
É nossa firme intenção que estas linhas orientadoras não se apliquem somente a uma eventual futura Federação, mas também a todos os clubes/associações que dela farão parte, que não estão em competição com outros clubes/associações de qualquer outra federação, mas antes com um espírito aberto de ajuda e colaboração, de modo a podermos ser uma força única, na diversidade, respeitando as especificidades e as diferenças próprias de cada um.
Estamos dispostos a colaborar com todas as instituições ornitológicas para uma defesa concertada dos justos interesses dos criadores nacionais, contribuindo com as nossas ideias, opiniões e soluções.
Acreditamos na pluralidade com força, porque esta é o princípio fundamental do respeito das ideias e das pessoas, por isso, não questionamos ninguém, antes convocamos todos os que acreditam que é possível e, acima de tudo, imperioso mudar!
Sabemos que o trabalho é difícil e exigente, mas estamos abertos, como já referimos, ao trabalho sério e empenhado com todos: criadores, clubes, associações e juízes, pois queremos ser, pelo nosso trabalho, uma Federação que se afirma pela diferença de projecto e inovação na metodologia de trabalho e que somente avançará se tiver o apoio claro e inequívoco de uma parte significativa dos clubes, associações, juízes e criadores de Portugal. Na ausência desse apoio, com a humildade com que apresentamos o projecto, também o retiraremos ficando então a assistir a mais uns anos do já costumeiro rol infindável de queixas...
Este projecto deverá ainda ser objecto de apresentação pública, para onde serão convidados os criadores, clubes, associações e juízes. Contudo, pode saber já mais sobre nós indo a: http://feacop.pt.vu
FEACOP - Federação das Associações e Clubes Ornitológicos de Portugal
Movimento de criadores, clubes e associações para uma nova ornitologia portuguesa