AvilandiaPT Escreveu:...
Essa é a parte em que o mecanismo não é igual à produção leiteira porque a partir do momento que, no caso leiteiro, começa este aumenta (+/-3 meses) tem um pico de lactação que mantém pouco tempo e depois decresce (a necessidade de cálcio acompanha essa curva). Além disso no caso das vacas a suplementação varia ao longo da lactação por motivos que têm a ver com capacidade de ingestão de alimento, gestação simultânea ou não (o objectivo é que assim seja!), recuperação de massa corporal E AINDA com o nivel de produção leiteira. Na prática tens 10 meses de lactação 2 meses secos. Por isso é que eu disse que o exemplo era bom mas não comparável em toda a extensão.
Se quiserem abrir um tópico para discutir formulação de dietas de vacas leiteiras óptimo, vamos a isso que aproveito para relembrar o assunto
lolol, não é preciso, apenas dei o exemplo das vacas por comodismo em parte, mas queria apenas fazer entender que a necessidade pré e pós-parto das vacas eram processos semelhantes no âmbito da importância do cálcio, apenas relativos à postura claro
AvilandiaPT Escreveu:No caso da produção de ovos o ciclo (especialmente nas nossas aves!) é bastante mais curto. Como comparação, em poedeiras o mais comum é ter suplementação continua porque, na prática, ninguém se preocupa muito com as fêmeas além da parte de pôr ovos. Como tal não é grave se fazem uma mobilização mais rápida ou mais lenta, mais directa ou indirecta do cálcio na dieta. Normalmente esse aspecto é abordado pela granulometria do cálcio e juntando fontes com diferentes bio-disponibilidades. É mais ou menos o que acontece quando continuamos a usar osso de choco. Como já referi, pela minha experiência os blocos de cálcio (gesso) tornam-se irrelevantes num quadro conjunto de suplementação de cálcio MAS com osso de choco os resultados são efectivamente melhores. Sempre atribui isso a outro microelementos que fornecem e velocidade/capacidade de assimilação do cálcio nesta forma, mas sobre isso não posso indicar mais que a minha opinião.
Pois, é um tema que não é muito debatido, e geralmente o que se faz, é fazer igual aos que os outros fazem,quando vão ver as instalações de alguém vêm que usa isto e aquilo, e seguem a ideia, é normal, eu já fiz isso.
E neste caso, o que ajuda na absorção do cálcio a nível instestinal, é a vitamina D, se não houver, o cálcio pouco entra, e depois temos também o factor da luz, que ajuda a sintetizar a vit D3, em animais fechados, que só se dê pedras de cálcio ou outros suplementos, mas não tiver vit D no suplemento, é a mesma coisa que não dar nada. No meu caso, para não dar coisas que não sei se realmente fazem efeito, decidi usar o "mais natural" possível, ou seja, casca de ovos de galinhas, e misturo na papa de ovo, e no meu caso as aves estão no exterior, luz directa, mas também deixo à mesma os blocos de cálcio, mais para os bicos, que outra coisa, lolol
AvilandiaPT Escreveu:Além disso, nas aves temos outro problema com a alimentação das crias que também necessitam de cálcio. Por isso quando se utiliza a opção de dar cálcio apenas em cima da postura não funciona bem e também não se está a considerar o desenvolvimento das crias. As fêmeas não conseguiram criar reservas antes da postura, porque não tinham cálcio na dieta, logo não as podem mobilizar para a postura. Quando se introduz cálcio na dieta a primeira reacção do organismo é absorver, fazendo baixar os niveis em circulação
Neste caso, as fêmeas devidamente preparadas, vão ter os níveis de paratormona altos, para poder apanhar todo o cálcio possível, porque há em acção o mecanismo de transporte para o oviducto em simultâneo, para a formação da casca
Se não está em circulação não é usado tão facilmente na produção de ovos. É por isso que fêmeas com suplementação de cálcio APENAS na fase de postura mostram sintomas tipicos de carência de cálcio.
E problemas ósseos etc..
Exacto, este é um factor muito importante, por vezes quem sofre mais são as crias, e não atingem o seu potencial genético de crescimento.
No post que postei, apenas estava a referir fêmea reproductora e ciclo reproductivo, peço desculpa se induzi em erro, quanto à manutenção da suplementação.
AvilandiaPT Escreveu:Questão seguinte, o tipo de água (e dieta) influencia a suplementação de cálcio (como a de vitaminas, proteina, etc...). Por isso no caso especifico do produto que referiste (que eu até conheço "mais ou menos" bem) a dosagem é recomendada num intervalo de valores e não num valor único. Além disso com referência expressa ao tipo de água usada em relação à frequencia e dosagem da suplementação de cálcio. Não me ocorrem muitos outros que o façam. Também é por isso que defendo ser preferível usar água engarrafada. A água da rede pode variar pontualmente a composição de forma mais acentuada.
Isto pode até já ser um assunto já debatido, mas nunca é demais recordar. Há vitaminas que não devem ser misturadas em água, tal como o cálcio não deve ser misturado na água, primeiro temos dois tipos de vitaminas as hidrossolúveis e as lipossolúveis, as lipossolúveis são A, D, E, K, como o nome indica, não se vão misturar na água como as hidrossolúveis (complexo B, C), se usarem um bebedouro de meter nas grades, não vão ficar disponíveis, pois vão estar à tona, segundo, o cálcio é um composto mineral, logo vai precipitar, e vai estar também inacessível as aves.
AvilandiaPT Escreveu:
E alguma dúvida (ou opinião diferente) é para isso que cá estamos, para trocar ideias e aprender.
Cumprimentos,
Estamos cá todos especialmente para aprender
Espero não ter cometido algum erro de raciocínio, mas se estiver alguma coisa mal diz.